sexta-feira, 25 de maio de 2012

Em busca...da busca!

 My heart is asking...





    Ela nasceu antes de mim, nos tempos imemoriais, que culpa tenho eu se comigo está constantemente. Ela cai num sono fingido, diz que vai dormir e acorda para me lembrar que sempre houve um sentido, amar a criação...
     Estou ouvindo música, aprendi a ouvir. De alguma maneira as pessoas tornaram-se presentes em minha vida para me ensinar, ouvir, ver, sentir, saborear, perceber o prazer do tato, mergulhar na dimensão humana, ser um ser usando sua completude seus canais com o mundo.  Tudo isso resulta em algo maior...
       E, claro, depois vieram as ideias...estas sim, correm atrás de mim, fingem-se de mortas, muita gente falou: Mate-as, é assim que funciona; faça apenas o que te pedem; deixe para lá; o mundo é assim mesmo; conforme-se...
      Sofro do mal do inconformismo, tento ajustar meu corpo e mente aos instrumentos de tortura medievais. Mas dói demais. Não assumo a culpa sozinha, ao longo do tempo recebi presentes preciosos que vieram de encontro aos meus anseios, aí eles se encontraram...é deu nisso... Uma rebelde de "pequeninissimas" causas.




       Sentei-me ao sol, fiz uma lista, de pessoas, comecei pelo "sempre", depois do que pude me lembrar: imagem, nome e  o  que cada uma trouxe para mim...como ofertas da vida, sim pessoas são presentes da vida!   Ah! todos deviam fazer esse exercício, sem medo, sem mágoas, só alegria! Como cantou Piaf: "Tudo já está pago". Reconheço a dificuldade, o número é muito alto, muitas nem conheço pessoalmente, mas adotei o seguinte critério: que por qualquer meio que fosse tive algum tipo contato.
        E minha história se refez, na história outros. A cadeira balança ao sol, as vezes paro, tenho que olhar o céu, imensidão azul, falta um rosto, uma história, uma palavra ou um nome esquecido, mas jamais o espírito, a energia...anoto, registro.




         
        E a humanidade se fez em mim, cada qual que de alguma maneira que comigo estiveram, roubou uma chama do fogo da sabedoria, meus  caros "Prometheus", dando vida, dando saber. Claro! nem sempre da maneira mais fácil e indolor, para mim ou para eles. 




              E estou aqui , ainda a completar a mim mesma, nessa cadeira que balança sob o céu azul com nuvens que não são tão brancas. Percebo ao meu redor, meus "Prometheus" tentando se agarrar cada vez mais a superficialidade das coisas, esperando deslizar, sem arranhões, para serem poupados, desvinculados, alguns procurando a felicidade em pacotinhos, afinal, os tempos nos conduzem a isso. Ai, penso sob o sol: Eles deixaram-me tantas coisas valiosas, há tantas coisas valiosas! Tenho que fazer algo com elas? Sinto-me assim:




           Então, em Saramago "Ensaio Sobre a Cegueira", um personagem em meio a sua busca para sanar suas dúvidas sobre os acontecimentos, diz: "(...) Há mil razões para que o cérebro se feche(...)" e após o desenrolar de vários acontecimentos, alguém comenta "(...) que se antes de cada acto nosso nós pudéssemos prever todas as consequências dele, pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma forma bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-los, para congratular-nos ou pedir perdão, aliás, há quem diga que isso é a imortalidade de que tanto se fala(...)"
              Assim, entendo que cada um torna-se imortal no outro, naquilo que espalha, que espelha , que doa ou retira...porquê tudo passa-se a frente, passa-se um pouco, adapta-se, CRIA-SE e aí, infinitamente estaremos unidos sempre e sempre meus amigos...e isto para mim significa carinho...




quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O meu sonho acaba tarde, deixa a alma de vigia... (Madredeus)




Ai que ninguém lembra, o que já sonhou...
(Madredeus)


Voltei para lembrar o que sonhei, e principalmente o que você sonhou, lembra?? Pausa.Uma frase retirada de uma música, para dar aos amigos...lindos
Silêncio!... sonho e mar, dois presentes para dar.
Impossível não ser acariciada por tão belas notas...escolhi como passagem para a minha volta... Tão certa como as ondas, ir e voltar ...
E serenamente volto ao meu eublog, tão suavemente quanto fui.
E fui ao mar, vê-lo de mais perto do que o vejo todos os dias, na calma que parece infinita, só parece...
Em breve agitará meu coração com as mais difíceis perguntas, as ressacas passadas ainda deixarão o gosto amargo, e sempre, e com toda certeza, irão se desfazer na espuma...
Sou eu voltando de um descanso, de um convívio de mim...de sentir o que se quer e fazer...sem dono...
Nenhum espírito mais me cansa, não deixo, submergi todos nas valas profundas do círculo de fogo que aquece e movimenta a terra.
Só me comunico com o mar, só tenho tempo para escutá-lo...
Meus estados minhas cores, são assim tão parecidas com ele, e me sinto tão profunda como ele.
Sou habitável, sou isolada e desértica...
Deixo o sal, provoco o bem e o mal, conforme o coração que me olhar...
Minha almar, é tão forte, mas tão forte, que somente restará ela...no fim de tudo, no fim de mim.


Olá! amigos, dou esta música que não é minha, mas que de tão linda tive que presentear...